Situada na área central do Parque Natural de Montesinho, a freguesia de Rabal dista uns oito
quilómetros para o norte da capital concelhia, tendo acesso a esta através da fronteiriça E.N. 103-7
(Bragança – Portelo). De extensão mediana (2.094 hectares, muito exactamente), o território
desta freguesia, de natureza montanhosa – em plena Serra de Montesinho – é atravessada pelo
Rio Sabor, que tem suas nascentes alguns quilómetros para norte, junto á linha de fronteira. O seu
número de habitantes ultrapassará hoje as três centenas (eram 487 por 1950).
O sábio etnólogo Leite de Vasconcelos atribui ao topónimo “Rabal” uma suposta origem etimológica
em “ravanal” – terreno plantado de rábanos, espécies de nabo, como se sabe – aduzindo aliás
como prova a existência de um trecho de documento, datado de 1159, onde se alude à “ Villa que
vocatur Ravanal, et est sita in território Bregantie”.
Do ponto de vista paisagístico, é esta uma área de grande beleza e valores patrimoniais naturais,
alterando valados frondosos e aprazíveis com altivos e fragosos cabeços (alguns de curiosa
toponímia, como Penamaior ou Penedo Penigueto). Assentando sobre uma colina de vertentes
escarpadas e estrategicamente rodeada no sopé por duas pequenas, ribeiras, a eminência
topográfica do Castro de Rabal conservaria ainda, pelos finais do século passado, “uns vestígios de
fortificação em andares, que era formada de fossos e muros de pedra solta”. Surgiriam aí, com
abundância, “mós de granito e fragmentos de lousa”. Não muito distante deste Castro, e tomando
a direcção do sudoeste, seriam ainda visíveis outros vestígios de estruturas pétreas, estas
correspondentes a uma derruída construção de planta circular e cerca de seis metros de diâmetro.
O local dá pelo sugestivo nome de “Torre” e, embora surja arrolado em inventários de estações
castrejas brigantinas (Neto e A.C.F. Silva, p.e.), é natural que corresponda (como já P. Lopo o
advertia) a espécie de atalaia baixo-medieval, provável “posto avançado” do Castelo de Bragança.
As origens paroquiais deverão ser ainda um pouco mais remotas que a própria nacionalidade,
atendendo à plausível antiguidade local do culto do respectivo orago, S. Bartolomeu. Nas
“Inquirições” do séc. XIII é aqui testemunhada a existência de uma honra, respeitada ainda por D.
Dinis, por certo em razão da sua ancianidade.

O actual templo paroquial apresenta-se amplo e de equilibradas proporções, traindo na respectiva
traça uma ampla reforma de reconstrução datável dos séc. XVII ou XVIII. Proporcionando o acesso
ao coro há um anexo lateral, rematado ao alto por pequeno alpendre assente em um par de pilares
quadrangulares, servindo por uma escadaria adossada ao alçado meridional (onde se abre um
pórtico de verga curva).
Na freguesia existe também uma Capela de S. Sebastião. Outros valores patrimoniais edificados,
estes de índole civil, são a Residência Paroquial e a Casa da Fonte, dois interessantes exemplares
de arquitectura solarenga. Registam-se ainda diversos moinhos de água nas margens do Sabor.